É o fim. É o fim de tudo, eu sei.
Quando eu voltar, você não estará
mais lá;
casa vazia, coração em pranto,
e nas mãos o açoite da realidade.
Eu me arrastarei por entre
cômodos e incômodos,
calado, ouvindo palavras que você
nunca disse,
tentando, em vão, me iludir.
Nas estantes, livros cheios de
traços e traças;
nas paredes, fotografias em preto
e branco.
As gavetas estarão vazias,
a cama estará desarrumada,
minha vida, desaprumada.
O tempo começará a desmoronar,
e eu me sentirei despatriado,
perdido dentro de mim,
caminhando rumo a lugar nenhum.