Não
faço falta a ninguém. Aliás, ninguém faz! Todas as coisas se sucedem e, um dia,
terminam. Querer ser mais do que se é não passa de pura imaturidade. Nada mais
fútil do que ter sonhos de grandeza e glória. Nada mais cômico do que aqueles
que dizem que encontraram, após muita investigação e esforço, a sua missão
neste mundo. Nada mais inútil e sem sentido do que querer ensinar aos outros
qual é o verdadeiro sentido da vida. Ninguém sabe de nada! Estamos todos na
mesma situação, tateando no escuro, perdidos, à procura de um interruptor
qualquer.
A hipocrisia é a base para todo
bom convívio social.
Dizer a verdade o tempo todo é
uma tremenda falta de educação.
Se você não quer encontrar
Deus, vá até uma igreja.
Se você não quer encontrar
conhecimento, vá até uma biblioteca.
Se você não quer encontrar
racionalidade, vá até uma universidade.
Para a espécie humana, ir ao
encontro de seus instintos é a coisa mais natural que existe; anormal mesmo é
reprimir tais instintos, fazer exatamente o contrário daquilo que se deseja. Entretanto,
quando o homem domina a sua natureza primitiva, abre-se-lhe um caminho para o
mundo da civilidade.
O excesso de lucidez é também
uma forma de loucura.
O único conforto verdadeiro que
temos nesta vida reside na certeza de que tudo um dia termina.
Naquele
dia, a tristeza se infiltrou por todos os poros de sua vida. As poucas
esperanças que ainda residiam em seu coração fizeram as malas e partiram para
nunca mais voltar. Posses, não tinha, havia perdido aos poucos tudo aquilo que
possuía de mais importante. Quanto aos amigos, chegara à conclusão de que,
verdadeiros, nunca tivera algum. Desejara inclusive chorar, porém, até as
lágrimas lhe faltavam. Não sentia mais o chão aos seus pés, só carregava
consigo agora a dor, o desespero e o pó da estrada. Qualquer um na mesma
situação teria posto um fim a esse sofrimento, extinguindo, de uma vez por
todas, tal mísera existência – melhor talvez nunca ter nascido, pensava ele em
sua angústia. Porém, este homem que aqui retrato não se entregaria assim tão
facilmente, ninguém o derrubaria; nenhuma tormenta, por mais forte que fosse,
retiraria dele a vontade de prosseguir e alcançar aquilo que mais desejava.
Entretanto, ele não sabia ao certo o que era aquilo que mais desejava, mas
sabia instintivamente que se tratava de algo grandioso. Ele enfim compreendia
que, apesar de toda dor, a sua busca estava apenas começando.
Eu
sinto que, de certa forma, destruo tudo aquilo que toco. A solidão, ausente por
um breve período, retorna ainda mais forte. O mesmo silêncio; a mesma falta de
sentido; tudo insípido e desesperante. A noite é longa e sem mistérios. Caio no
sono, um sono sem sonhos.
Antes
da Era dos Alienistas e do surgimento de instituições manicomiais, a loucura
era vista popularmente como uma forma de sabedoria, pois, naquela remota época,
a fé cega na razão ainda não tinha se tornado dominante, como o é hoje, em
todas as esferas da vida. Neste sentido, afastar-se da verdade para manter a
sanidade nada mais é do que uma atitude de bom senso, pois, epistemologicamente
falando, é bem provável que nunca alcancemos a verdade absoluta. Na realidade,
uma pergunta leva à outra; quanto mais respostas obtemos, mais perguntas nos
são apresentadas; é uma busca infinita – e como é fácil se perder em uma busca
infinita! Achar que a Verdade pode ser encontrada é abandonar o Reino da
Dúvida, é abraçar de vez a insensatez e a loucura, no caso, a própria loucura.
E quantos vemos por aí que afirmam, em alto e bom som, que já a encontraram!
Estes profetas de si mesmos, após a sua iluminação, tentam a todo custo
espalhar a sua verdade, querendo que o mundo seja totalmente reconstruído à
imagem e semelhança de seu ideário particular.
Dizem que a verdade é insuportável, que não devemos, para o nosso
próprio bem, nos aprofundarmos em certos assuntos, mas isso só é verdade para
os iniciantes e para aqueles que não conseguem lidar com certos fatos. Para sermos
minimamente felizes – uma felicidade possível, não ideal –, devemos aceitar que
a verdade em seu sentido amplo talvez não seja alcançável; que a nossa razão é
limitada e que ela não consegue abarcar tudo; que não existe nenhum sentido a
priori para a vida; que a vida, por sua vez, é precária e cheia de
contingências; por fim, que é melhor que a vida tenha gosto, prazeres e
sensações gratificantes do que falsas certezas absolutas.
Em
minha tranquilidade, muitos excessos; em seus excessos, muita tranquilidade.
Você é detentora de uma loucura turbilhonante; eu possuo apenas uma loucura
serena. Somos seres inconstantes, incompletos e insatisfeitos. Somos, enfim,
seres desejantes; porém desejamos coisas diferentes. Somos opostos, mas talvez
não sejamos complementares, sendo a complementariedade, no sentido pleno do
termo, algo utópico, inalcançável. No entanto, ao nosso modo, agregamos sempre
algo um ao outro.
***
Vemos o
mundo sob prismas distintos: você acha que há algo para além desta jornada e
eu, por outro lado, acho que a jornada é o que há, nada além disso. Se me digo
realista; você, romântica. Se vejo empecilhos; você, oportunidades. Você diz
que podemos nos reinventar, ser aquilo que quisermos, mas eu penso que certas
coisas nunca mudam.
***
Esquisitos,
loucos, melancólicos, alegres; ora profundos, ora rasos; ora perdidos, ora
encontrados; eis um pouco do que somos – pois não ousamos nos delimitarmos. Há
sempre um caminho a percorrer, até não haver mais caminho algum. Tudo, em se
tratando da vida, uma questão de tempo.
Linda, linda moça, ouça o seu coração! Saiba que não há amanhã, não há caminho de volta. Aqui uma conversa moderna : você é minh...
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