Se
tomarmos por base a seguinte definição para a nossa atual vida moderna: Vida – aquilo que fazemos entre uma
obrigação e outra. Teríamos dessa maneira, uma evidenciação do caráter
fragmentário que permeia a nossa existência nesta nova era pós-moderna e
globalizada. A vida, por assim dizer, deixou de ser um continuum de vivências e aprendizados, para tornar-se um amontoado
de pequenos pedaços, tal qual uma colcha de retalhos, onde privilegiamos apenas
os momentos prazerosos e felizes, descartando tudo o mais como desnecessário e
inútil para as nossas vidas. Neste ponto, nos defrontamos com uma míope
valoração da existência apenas de acordo com aquilo que ela pode nos oferecer
de melhor. Achamos que a vida possui um valor menos apreciável quando estamos
trabalhando, estudando ou fazendo algo que nos é compulsório. Queremos
vivenciar somente as experiências obtidas em nossas horas de folga, entretenimento
e de descanso. Sonambulamente passamos pelas nossas obrigações e deveres,
abrindo somente os olhos para ver o que é do nosso deleite. Porém – cabe agora
o seguinte questionamento – não teríamos um acréscimo substancial de qualidade
de vida, se aprendêssemos a aproveitar o todo ao invés de nos atermos apenas a
alguns breves momentos de alegria. A vida é composta por uma miríade de
momentos, momentos estes que não podem ser integralmente de felicidade.
The Doctor: Everything has its time and everything dies. You think it'll last forever: people and cars and concrete. But it won't. One day it's all gone. Even the sky. (Doctor Who - The End of the World)
Quando
penso no tempo que já se passou, percebo o quanto eu era ingênuo e, hoje me
olhando no espelho, chego à conclusão que ainda o sou. Feliz o tempo em que eu
achava que te amava, hoje não sei nem mais dizer o que é o amor. E, apesar
desta minha constatação no espelho, sinto que algo em mim mudou, não sei dizer
ao certo quando ocorreu tal mudança, mas isso agora pouco importa. Levo comigo
apenas uma certeza: nada será como antes.
“... vida diferente não quer dizer vida
pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida
de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho
que a fez molesta...” (Machado de Assis – Dom Casmurrro – Cap. 2)
Linda, linda moça, ouça o seu coração! Saiba que não há amanhã, não há caminho de volta. Aqui uma conversa moderna : você é minh...
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Espero que o conteúdo deste blog seja útil e agradável para todos os que aqui adentrarem. Desde já, muito obrigado por sua visita. Volte sempre! (Fulvio Denofre)