Se o
sol deixasse de brilhar...
Se o
mar secasse...
Se o
tempo parasse...
Se você
nunca mais voltasse...
No
entanto,
o sol
alegremente nasce todos os dias,
o mar
persiste em seu ritmo ondular,
o tempo
permanece a devorar,
e você
de novo ao meu lado aqui está.
setembro 11, 2014
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Oh, mar revolto, que tanto me
agonia,
e me leva para longe do meu
porto,
fazendo-me viver em
desconforto,
por que me fazes sofrer noite e
dia?
Sou apenas um náufrago da
existência
nadando em pensamentos, absorto,
triste, alquebrado, mas não
morto,
buscando a minha própria
essência.
Por que não me auxilias, Rei do
Mar?
Torna para mim os ventos
favoráveis,
liberta-me do perigo de
afundar!
Netuno: – É muito mais fácil
singrar
por rotas conhecidas e
memoráveis
do que sozinho um caminho
encontrar.
setembro 03, 2014
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A inexorabilidade do tempo
não posso vencer.
Tudo se oblitera com o passar
dos anos,
amores, verdades e tantos
desenganos
que tanto nos fizeram sofrer.
No fim, não restará mais nada,
a não ser o vazio preexistente
do Cosmos
onde tudo começara.
setembro 03, 2014
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Culpa!? Por quê?
O que fiz está feito,
nada posso mudar;
o passado é um quebra-cabeças
que tento montar.
Porém, inconscientemente
persiste
uma culpa hereditária,
um quê de contrição,
eis a nossa precária condição.
setembro 03, 2014
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setembro 02, 2014
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Coloco-me a depor, ou melhor, decompor, se assim é possível,
semelhante personalidade, a começar pelos olhos destinados a vibrar chispas de
escárnio, juntamente com o sorriso afável, a tez alva e o rosto diáfano, tudo
isso envolto em uma aura de lascividade e ternura indescritíveis. De fato, uma
mulher encantadora e cativante, cujo gênio é, e para sempre será, indomável,
pois não se pode subjugá-la; ela é a Senhora
da situação e a Compositora de sua
própria história!
setembro 02, 2014
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setembro 01, 2014
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Em vão os homens procuram
saciar a sua demente loucura
em prazeres fugazes e vícios
na busca de alguma ventura.
– Chamam isso de felicidade,
e em sua busca fazem a guerra;
cantam, gritam e se exasperam;
vagam desorientados pela Terra
na esperança de encontrá-la.
A certa altura a busca se
mostra inútil,
e eles se sentem frustrados,
iludidos,
porém, persistem, continuam;
sabem, instintivamente, que
tal renúncia seria a própria
extinção.
setembro 01, 2014
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Lábaro, o que ostentas
estrelado?
O que diz o verde-louro de tua
flâmula?
Onde está a paz? Cadê o
progresso?
Glórias de um passado fictício,
lembranças de um tempo esquecido,
esperança agonizante de um
futuro incerto;
estará tudo definitivamente
perdido?
Democracia, palavra deturpada e
enxovalhada,
que necessita urgentemente de
uma ressignificação
para se tornar, enfim,
um sonho intenso, um raio
vívido,
capaz de despertar
esplendidamente o colossal infante
de seu sono entristecido.
agosto 31, 2014
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Devaneando vou,
pisando descalço
o vidro cortante
em que me desfaço.
***
Degredado vivo,
num país distante,
sem amigos, amor,
sorte ou amante.
***
Procuro encontrar
a felicidade;
e no amor mútuo,
a cumplicidade.
agosto 31, 2014
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Ser uma pessoa introvertida
é viver dentro do próprio
mundo,
como num rio denso e profundo
a desaguar na foz da vida.
É ter um coração fecundo:
uma emoção sempre contida,
uma vontade reprimida,
um sonho a cada segundo.
É não querer popularidade;
preferir mais ficar sozinho,
vivendo em tranquilidade.
É buscar no céu um caminho,
se perdendo na imensidade,
livre como um passarinho.
agosto 30, 2014
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No frio deste inverno,
não consigo derreter
o gelo que se formou
dentro do meu peito
desde o amanhecer.
***
A noite cai depressa;
sinto o meu corpo frio.
– Haverá esperança,
ou alguma alegria,
após a curva deste rio?
***
Somente três certezas
tenho neste instante:
- o amor é um pavio;
- a vida só passagem;
- e eu um inconstante.
***
Sinto a frialdade
de uma leve brisa.
Em meio à névoa,
vejo ao longe
uma nova divisa.
agosto 30, 2014
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agosto 30, 2014
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Rósea flor dos meus sonhos
pueris,
imagem incrustada no meu peito,
oh, doce afã em que me deleito
nestas noites tão ardentes e
febris!
Tu vens insidiosa ao meu leito;
vorazmente me beijas e sorris,
e, como uma adorável meretriz,
subjuga-me sem o menor
respeito.
E, assim, me abandono à tua
vontade,
inconsequentemente, loucamente,
desrespeitando toda e qualquer
moral.
Não sou mais apenas uma metade;
estás diuturnamente em minha
mente,
inebriando-me com um eflúvio
divinal.
agosto 29, 2014
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