Deuses acima e abaixo
mistérios por toda parte
infernos pessoais
Colho um fruto da árvore do
não-saber,
deleito-me na vacuidade de fátuos
prazeres,
e acabo, por fim, vagando exausto
em busca de algo que jamais terei.
Oh, Beleza, transitória e
imutável,
que me fazes perder o chão,
eis-me aqui tremendo
feito um homem-menino
que nunca sabe dizer não.
Insatisfeito, rarefeito,
diluído em uma poça oceânica,
jogado aos pés do ocaso e do
descaso;
preso, acorrentado,
sujo e ensanguentado;
vivo, triste e contente,
olhando o firmamento desolado.