Se eu não amasse tanto a vida,
já teria partido sem destino,
fincado minha bandeira no solo
infértil da amargura,
abandonado de uma vez toda e
qualquer canção de amor.
Ah, se eu não amasse,
se de tudo eu duvidasse,
quão mísera seria a minha
existência,
quão patéticos seriam os meus
dias.
Há algo de muito leve,
transbordante,
no ato de doar-se;
sair de si mesmo é como abrir
asas e voar,
é descobrir o encanto ao redor.
Doce pode ser a vida para além
dos muros,
grades e cercas de arame farpado
que muitas vezes edificamos para
nos proteger.