O tugúrio esquecido,
o de minha infância,
onde muitos anos passei,
hoje me veio à lembrança.
Ele ficava em um vilarejo
que ainda consigo ver,
através de lentes açoitadas
pelo tempo,
como um lugar imperioso.
Lá os homens andavam
cabisbaixos,
e as mulheres, silenciosas;
um arbítrio férreo tentava
solapar toda vontade,
e leis misteriosas procuravam
reduzir o espírito humano a pó.
Eu corria, saía em disparada,
tentando de todo modo escapar
dessa sina atávica,
e acabava sempre voltando.