Um acorde dissonante rasga as
trevas do coração,
uma luz inesperada revela
formas desconhecidas,
e o que outrora parecia ser o
fim de um mundo seguro e confortável
revela-se como o indício de uma
primavera interior.
Estamos diante do esfacelamento
do real.
Algo se quebrou,
não há mais como voltar atrás!
Angústia, caos, isolamento,
um grito de desespero;
amor, ternura, solicitude,
um ato de verdadeira
transfiguração.
Alquimicamente, sem que
percebamos,
o ciclo da vida se renova;
não somos mais os mesmos,
a vida não é mais a mesma,
mas temos em mãos outra paleta
de cores.
(O real nunca é o real-real,
mas sim o real filtrado, adornado, transubstanciado.)