Em
minha tranquilidade, muitos excessos; em seus excessos, muita tranquilidade.
Você é detentora de uma loucura turbilhonante; eu possuo apenas uma loucura
serena. Somos seres inconstantes, incompletos e insatisfeitos. Somos, enfim,
seres desejantes; porém desejamos coisas diferentes. Somos opostos, mas talvez
não sejamos complementares, sendo a complementariedade, no sentido pleno do
termo, algo utópico, inalcançável. No entanto, ao nosso modo, agregamos sempre
algo um ao outro.
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Vemos o
mundo sob prismas distintos: você acha que há algo para além desta jornada e
eu, por outro lado, acho que a jornada é o que há, nada além disso. Se me digo
realista; você, romântica. Se vejo empecilhos; você, oportunidades. Você diz
que podemos nos reinventar, ser aquilo que quisermos, mas eu penso que certas
coisas nunca mudam.
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Esquisitos,
loucos, melancólicos, alegres; ora profundos, ora rasos; ora perdidos, ora
encontrados; eis um pouco do que somos – pois não ousamos nos delimitarmos. Há
sempre um caminho a percorrer, até não haver mais caminho algum. Tudo, em se
tratando da vida, uma questão de tempo.
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