Sim, sou eu,
eu sou o Grande Fingidor,
fingindo que o meu coração é
seu,
fingindo que tudo está bem,
fazendo do mundo o meu palco,
buscando sempre novas paragens.
***
Eu sou
tão líquido quanto a
modernidade,
tão real e absurdo quanto a
vida,
tão obsessivo e irracional
quanto o ser.
Prisioneiro que sou da
liberdade,
chego a acreditar em tudo,
até mesmo no amor.
***
Sou, enfim, o grande
ressentido,
o falso altruísta, o grande
demagogo.
Sou a verborragia desvairada e
pedante,
a piedade não piedosa e a
incongruência.
***
Sou porque percebo o Tempo e
contemplo o Nada.