No retrovisor da memória, vejo
fragmentos,
vestígios, tristes sombras de
outrora.
Sinto o arrefecimento
progressivo das partes
que não conseguem mais formar
um todo;
percebo, a contragosto, o lento
desmoronamento
daquilo que julgava um grande
arcabouço.
Busco reconstituir imagens e
lembranças,
reviver sentimentos, sabores e
sensações...
Tudo rapidamente se desmancha
ao meu toque;
a fumaça do chá quente, afetos,
reminiscências e norte.
abril 27, 2016
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Átomos,
matéria, vácuo, planetas, sóis, galáxias...
Uma eternidade transcorre sem
que ninguém perceba nada.
Piscadelas rápidas de seres
sencientes;
um brilho pálido de
inteligência.
Brevemente, neste ledo
instante,
um universo de possibilidades
incríveis se descortina
para logo depois se esconder em
outra eternidade.
Átomos,
matéria, vácuo, planetas, sóis, galáxias...
abril 20, 2016
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Queremos nos apaixonar.
Queremos viver para sempre.
Queremos, sobretudo, ser
felizes.
Queremos evitar os sofrimentos,
as dores e as doenças.
Queremos ter sempre aqueles que
amamos ao nosso lado.
Queremos que todas as nossas
vontades sejam satisfeitas.
Queremos os nossos amigos sempre
por perto.
Queremos um mundo melhor...
Queremos tudo; no entanto,
obtemos tão pouco.
Entre sonhos fugidios e
desilusões,
diante da fugacidade da vida,
precisamos rever nossos
conceitos,
aceitar nossas limitações.
É valorizando aquilo que temos,
lutando honestamente por aquilo
que sonhamos,
que encontraremos a felicidade
possível.
abril 19, 2016
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Evolução, involução,
degenerescência;
eis que surge uma nova espécie:
o Homo camaleonicus.
Descendente direto do Homo
politicus,
ele se adapta facilmente a
quase todos os habitats,
principalmente os mais
moralmente insalubres.
Homem de variadas cores e
matizes;
homem sem escrúpulos nem
pudores;
homem sem virtudes, valores e
princípios.
Alguns alegam que tal espécie
de homem sempre existiu;
no entanto, esse não é o
problema essencial,
o mais preocupante é a sua
altíssima taxa de reprodução.
abril 18, 2016
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Fora das normas e dos padrões,
invento a minha própria
normatividade.
Sou um insensato entre os sãos,
e um são entre os insensatos.
Sou um expatriado de pátria
alguma;
um viandante sincero,
caminhando rumo ao ermo
descampado;
alguém que procura aquilo que
nunca será encontrado.
abril 14, 2016
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Sentir pela última vez o
pacífico oceano;
alcançar, desta feita, a ilha
pascoal;
mirar o vasto, infinito
horizonte.
Muitos caminhos, muitas
possibilidades;
tantas agruras e desventuras;
esperanças, amizades, amores e
desencontros.
O nosso tempo é finito; nossa
jornada, efêmera.
Contemplando o inominável, sob
uma brisa suave,
descanso despreocupadamente.
abril 13, 2016
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