Hoje em
dia, o relativismo é muito exacerbado; ninguém tem mais certeza sobre nada. Há metamorfoses
ambulantes por todos os lados. Porém, não é pelo fato de que não podemos ter certezas
absolutas (aliás, nem devemos tê-las) que, por outro lado, precisamos chegar à
conclusão minimalista de que se é impossível chegar a qualquer certeza por
menor que ela seja.
Eu sou
um eurocêntrico de carteirinha; acredito que, apesar dos vários problemas
existentes, a cultura laica ocidental derivada principalmente do Velho
Continente é o que de melhor se produziu durante toda a história das
civilizações humanas. Porém, aos poucos, estamos nos autodestruindo, pois
estamos perdendo o sentido de tudo, caindo assim no poço sem fim do niilismo.
Estamos nos tornando uma sociedade infértil, sem objetivos e sem metas.
Questionamos e destruímos tudo, mas somos incapazes de criar algo novo. Não
conseguimos ressignificar nada. Objetivos pessoais são imprescindíveis, porém
não podemos viver completamente sem um objetivo coletivo mínimo;
antropologicamente falando, nenhum homem é uma ilha.