Oh, Edith, não, eu não me
arrependo de nada.
A vida, esta belle chanson, fugidia e efêmera,
não deve ser preenchida por
lamentos
daquilo que poderia ter sido e não foi.
A hora da estrela sempre chega um dia...
Melhor olvidar as mágoas,
viver plenamente, sem histeria.
Nem tudo podemos consertar.
O Destino é cego.
C'est
la vie!
dezembro 11, 2015
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dezembro 07, 2015
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A certeza de que não há certeza
alguma,
juntamente com o temor da
contingência
e o pavor de que o acaso
resulte em ocaso,
acaba paralisando e engessando
nossas vidas.
Obstáculos são feitos para
serem superados,
eis uma frase pra lá de clichê,
mas a vida, não nos enganemos,
é um grande clichê.
Não é fácil transmutar o velho
em novo a cada dia;
encontrar subterfúgios para
contornar o tédio cotidiano.
Realmente, não há nada novo debaixo do sol,
por isso é preciso ter coragem
e lutar até o fim.
dezembro 07, 2015
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Foi o desejo que me guiou até
aqui.
Sinto-me liberado de toda uma
carga,
tiraram-me os grilhões que me
prendiam,
mas a sensação que sinto neste
momento
é muito mais do que de liberdade.
Na realidade, o que sinto é um
grande vazio.
Tenho a impressão de que algo
grandioso
esteve próximo de acontecer.
Não consegui nada do que
queria,
tudo falhou.
Minha existência quase...
No entanto, não tenho mais o
que esperar,
cheguei ao fim.
dezembro 06, 2015
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A única coisa que posso fazer é
sublimar a dor que sinto em meu peito,
fazer com que esta angústia
incessante, que me persegue continuamente,
seja expurgada através desta
minha medíocre expressão.
O mundo parece que vai me
esmagar, porém, não me esmaga,
e, desta forma, me destrói
lentamente,
fazendo-me afundar em meu mundo
particular.
Estou sufocado por meus
próprios pensamentos
e por minha própria dor
existencial.
Não aguento mais, estou louco,
busco desesperadamente uma saída,
mas nada encontro; não tenho
onde me segurar,
estou afundando e, aos poucos,
desaparecendo...
Para sempre vivo emudecido e
esquecido por todos aqueles
que, um dia, disseram me amar.
dezembro 05, 2015
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Vida:
Partícula infinitesimal
suspensa no oceano do espaço-tempo,
sofrendo variações quânticas em
nível subatômico,
regida por forças ainda
desconhecidas pela ciência;
eterno mistério patente e, ao
mesmo tempo, latente.
Na vastidão incomensurável do
Universo,
seguimos a nossa estrela.
No pálido ponto azul, nos
alegramos e nos aborrecemos,
aprendemos e brigamos,
crescemos e morremos.
Relembrando um antigo filósofo,
apesar de tudo,
ainda somos a medida de todas
as coisas.
Parêntese: Realidade objetiva
realmente existe,
mas preferimos muito mais nadar
nas águas da subjetividade.
novembro 29, 2015
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Na era
do conhecimento wikipédico, sabe-se de tudo um pouco, e tão pouco de tudo!
Vivemos num mundo repleto de informações isoladas e desfragmentadas que, no
mais das vezes, acabam nunca se agregando em um corpo maior de saberes. A
superficialidade ganhou ares de totalidade; ninguém mais quer mergulhar em
águas mais profundas. Todos estão satisfeitos com o pouco que compreendem do
mundo. Filosofia, ciência, política, economia, história, artes, tudo agora está
coberto por uma espessa camada de poeira.
"A Primavera" de Sandro Botticelli |
novembro 26, 2015
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novembro 25, 2015
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No
mundo em que vivemos (e a História não se esforça em me desmentir), parece que
aqueles que discursam sobre a paz são quase sempre os primeiros a se armarem
para a guerra; que aqueles que defendem a liberdade são, notadamente, os mais
opressores; que aqueles que se autointitulam portadores únicos da virtude e de
uma suposta superioridade moral são impreterivelmente os mais execráveis.
novembro 24, 2015
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Memória
e imaginação.
Ilusão
e realidade.
Uma
construção narrativa, um vívido simulacro
formado
por quiméricas e reais lembranças.
Criamos
sempre um mundo à parte...
Todas
as nossas tentativas de reviver o passado
provocam
uma fratura no tecido do real,
gerando,
desta forma, uma nova história,
uma
nova interpretação,
que é
pautada por sentimentos e emoções,
alegrias
e lágrimas, e, principalmente,
por uma
vontade inexorável de preservação.
novembro 16, 2015
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novembro 13, 2015
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Desde os tempos mais remotos
– passando pelos povos
mesopotâmicos,
por fenícios, egípcios, gregos,
romanos e medievos –
até o nosso atual mundo
“moderno”,
domamos quase tudo, menos o
nosso eu interno.
De Prometeu recebemos o fogo
olímpico,
e cultivamos o progresso:
medicina, automóvel, avião,
computadores e... guerras.
Apesar de tantas mudanças, tudo
sempre se repete.
Dia e noite; trabalho e
descanso.
Vida e morte; alegrias e
tristezas.
Apesar de todo o tédio
pós-moderno,
precisamos valorizar cada
etapa;
o efêmero torna tudo mais
concreto.
novembro 12, 2015
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novembro 11, 2015
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sucessão ininterrupta de horas,
minutos e segundos
movimento perpétuo rumo ao
desatino
labirinto kafkiano
falsa impressão de
imutabilidade
tudo, em suma, resultado da
privação do sono
e da nossa precariedade.
novembro 09, 2015
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Olvidar é preciso;
recordar, também.
O inevitável oblívio,
sempre que possível,
é continuamente postergado.
Apesar de toda corrosão,
algo permanece intacto.
Resistir, eis o verbo exato.
novembro 07, 2015
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No crepúsculo de uma época,
sentimos a leve aragem
de um tempo de mudança.
Inexoravelmente,
vemos o passado insepulto
em seus últimos estertores,
e lutamos por um futuro melhor.
Perguntamos por que demorou
tanto;
indagamos o porquê de tantas
lágrimas, tanta dor.
Do passado ruminado e repisado
nasce
aquilo que se pode
verdadeiramente chamar de
novo.
novembro 04, 2015
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Preso a uma redoma de vidro,
sentindo a obliteração,
alheio ao sofrimento de outrem,
eis a nossa mísera condição.
gritos
no vácuo sideral
linhas
cruzadas
conversas
paralelas
cacofonia
de ideias
Todo toque é intangível;
cada ser, inacessível.
outubro 31, 2015
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outubro 30, 2015
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Na fantasmagórica noite vazia,
homens lúgubres e inebriados,
sob o véu diáfano da fantasia,
libertam-se de seus cadeados.
Porém, o sonho efêmero e forte,
que, do crepúsculo à alvorada,
os guiou nesta louca madrugada,
exala apenas um cheiro de
morte.
A realidade revela-se
intransigente;
o jeito é abandonar a leda
euforia,
tendo apenas uma coisa em
mente:
a vontade de viver a próxima
alforria.
outubro 26, 2015
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Num
mundo supersticioso, progressista e multiculturalista, ser uma pessoa cética,
liberal e com valores morais bem definidos é uma tarefa realmente difícil. Mais
fácil é seguir o fluxo. Porém, – cuidado! – aceitar com docilidade que a
unanimidade imbecilizante seja o único caminho possível, deixando de lado
qualquer análise crítica, é a melhor forma de perpetuar o falso progresso de
nossos atuais dias. Ou estocamos vento em nossas cabeças, ou estocamos
conhecimento e sabedoria. Lembremo-nos sempre que todo saber que não é, ou não
pode, ser questionado, evidentemente, saber não é; trata-se apenas de
doutrinação e mistificação, nada mais.
outubro 22, 2015
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Mortos-vivos caminham pelas
ruas
anestesiados de prazer e tédio.
Sem nenhum horizonte ou
perspectiva,
vagam em contínua agonia.
Acham que não existem mais
valores;
que agora tanto faz ser bom ou
mal.
Pensam que todos os caminhos se
assemelham,
pois, para eles, o fim é sempre
igual.
Tornam-se, assim, escravos da
própria vitimização;
responsabilidade individual, é
claro, está fora de questão.
outubro 19, 2015
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Contemplar o vazio absoluto
e relativo que transborda,
em meu cálice, seu teor
impoluto.
Vívidas imagens fugidias,
esperança natimorta,
nuances esquálidas
do passado.
Sorvendo até a última gota,
suspiro fundo.
Novamente, no cais hodierno,
a maré vindoura está a
arrebentar.
outubro 16, 2015
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Silenciem os deputados,
silenciem o Congresso,
silenciem os poderosos, este é
o nosso manifesto.
Convoco a todos a um grande
protesto:
não à corrupção, sim à ordem e
ao progresso!
Até quando sofreremos com a
falta de acesso
à educação, saúde, trabalho e
teto.
Precisamos de algum ato
concreto,
e não de discursos e palavras
em excesso.
Dizem que quem cala, de certa
forma, consente;
e, apesar da falta de ética,
das CPIs e do Petrolão,
a nossa alegria continua sendo
a seleção!
Não podemos agir de forma tão
displicente,
precisamos mudar urgentemente a
nossa atuação;
o princípio de toda mudança é a
conscientização.
outubro 16, 2015
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Muitas
vezes, ignorar certas coisas pode ser também uma atitude inteligente. Ver tudo,
com certeza, é um ato de cegueira. Devemos, sim, desvendar racionalmente o
mundo que nos cerca, porém, sem destruir, em nossas vidas, as necessárias zonas
de mistério e magia. Desvelar tudo, iluminar todos os cantos da vida é o mesmo
que morrer antecipadamente.
outubro 10, 2015
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setembro 30, 2015
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Olhar e não ver,
ver e não sentir,
sentir e não amar,
amar e não ouvir
o anúncio inequívoco,
verdadeiro e sincero,
que prediz a Primavera.
agosto 17, 2015
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agosto 07, 2015
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Tire suas mãos do erário
público;
ele não pertence a você.
Não é se comportando assim
que você irá se reeleger.
Entenda, a Democracia é o único
caminho;
o tempo dos totalitarismos já
acabou.
Você pode até teimar,
espernear...
Acho que isso é só rancor.
Será
só conspurcação?
Será
que não há nada a se enaltecer?
Haverá
sempre mais corrupção?
Vamos,
com isso, alguma coisa aprender?
Nos perderemos entre ideólogos
e pensadores
de péssima, sofrível formação,
que, com mentiras rotineiras,
solaparão toda forma de razão.
Sonharemos acordados,
alienados,
pensando que já encontramos a
solução:
"Acabar,
revolucionariamente, com o Capitalismo,
antes que ele destrua toda a
civilização."
Política
pra quê?
Para as instituições, assim,
fortalecer,
para a liberdade de imprensa
florescer,
para ver o populismo, no
Brasil, fenecer.
Só o Estado de Direito pode nos
proteger.
Precisamos, sim, responder
pelos erros atuais.
Vitimar-se, delegar a culpa...
Não mais!
julho 13, 2015
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Hoje em
dia, o relativismo é muito exacerbado; ninguém tem mais certeza sobre nada. Há metamorfoses
ambulantes por todos os lados. Porém, não é pelo fato de que não podemos ter certezas
absolutas (aliás, nem devemos tê-las) que, por outro lado, precisamos chegar à
conclusão minimalista de que se é impossível chegar a qualquer certeza por
menor que ela seja.
Eu sou
um eurocêntrico de carteirinha; acredito que, apesar dos vários problemas
existentes, a cultura laica ocidental derivada principalmente do Velho
Continente é o que de melhor se produziu durante toda a história das
civilizações humanas. Porém, aos poucos, estamos nos autodestruindo, pois
estamos perdendo o sentido de tudo, caindo assim no poço sem fim do niilismo.
Estamos nos tornando uma sociedade infértil, sem objetivos e sem metas.
Questionamos e destruímos tudo, mas somos incapazes de criar algo novo. Não
conseguimos ressignificar nada. Objetivos pessoais são imprescindíveis, porém
não podemos viver completamente sem um objetivo coletivo mínimo;
antropologicamente falando, nenhum homem é uma ilha.
junho 03, 2015
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Vivemos
em um oceano, nadamos freneticamente, dia após dia, mesmo sabendo que, ao
final, iremos todos, impreterivelmente, nos afogar. Não há, evidentemente, um porto seguro, uma costa amiga, apenas água por todos os lados, água até onde a vista
alcança. Abaixo, as profundezas abissais; acima, a imensidão azul de um céu
inalcançável e indiferente. O medo e o pavor do afogamento, proveniente
principalmente de um forte desejo de autopreservação, faz com que, braçada após
braçada, continuemos a lutar por nossa sobrevivência. Neste sentido, seguindo
um trajeto sem rumo, podemos encontrar alguns botes salva-vidas, como, por exemplo, uma missão ou um projeto
pessoal, pois, como sabemos, é muito mais fácil prosseguir quando temos metas,
quando sabemos para onde estamos indo, quando aquilo que fazemos tem algum
significado, mesmo que seja um significado a
posteriori. Por outro lado, podemos também encontrar verdadeiros Titanics, sistemas completos de
significação, as chamadas ideologias ou grandes tradições seculares, nestas
grandes embarcações podemos nos sentir seguros por algum tempo, ou por toda a
vida, até o próximo iceberg,
evidentemente. Outro caminho possível, dentro desta minha analogia, seria o barquinho do amor, porém este, como
vemos a cada dia, naufraga cada vez mais rápido. No entanto, quando o
encontramos, adquirimos uma força renovada, pelo menos, na maioria dos casos,
por algum tempo. Talvez a melhor opção seja mesmo a Galé da Cumplicidade, aquela em que, juntos e solidários uns com os
outros, remamos como pessoas que compartilham de um mesmo destino: o inevitável
esquecimento.
maio 17, 2015
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