Tal qual um explorador ou
aventureiro,
adentro com minha tocha
flamejante,
pouco a pouco, nos escondidos
mistérios
da gruta obscura e improvável
do teu ser.
Entre estalactites já
sedimentadas,
vou percorrendo as fendas
várias
e as fontes de águas
borbulhantes
do teu agreste e selvagem ventre.
A luz tênue e sinuosa que me
acompanha
nesta minha viagem rumo ao
desconhecido
vai lenta mas prontamente se
extinguindo,
deixando-me só no breu de tuas
entranhas.
E, ao me ver assim solitário e
abandonado,
é que te encontro, como num
sonho, fiel e casta,
envolvendo-me em teus braços
docemente,
revelando-me, na ardência dos
teus beijos, o amor.
outubro 29, 2014
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Abandonado ao sabor dos ventos,
o homem se encontra desolado.
Afundando no vazio subatômico
que separa a matéria,
buscando ouvir a música advinda
das esferas celestes,
ele tenha ordenar o caos e
estabelecer a ordem.
A indiferença e a contingência
são para ele inaceitáveis.
E, nessas condições, qualquer
bote salva-vidas é muito bem-vindo.
outubro 28, 2014
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Nas asas da imaginação,
no empíreo céu profundo,
neste ou em outro mundo,
pulsa um pobre coração,
vivendo a eterna incompletude
de um amor tão triste e rude
que o tempo um dia há de
apagar,
quando enfim, cansado,
descobrir
que tudo não passara de um
sonho,
de uma mera ilusão.
outubro 28, 2014
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A riqueza do momento
está na intensidade;
se vivido com vontade,
eterno há de se tornar.
Quem me dera compreender
essa contínua passagem,
nesta nossa longa e louca viagem,
que nos faz sorrir, sofrer e
amar.
outubro 25, 2014
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outubro 25, 2014
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Mulheres...
Muitos são os perfumes
e as diferentes cores
dessas belas flores!
Muitos são os amores,
e não menos os dissabores
que trazem no coração.
Oh, doce ilusão!
outubro 23, 2014
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As escopetas e os traficantes
assinalados,
que das favelas cariocas se
espalham
pelos becos nunca d’antes
patrulhados,
ceifam vidas e famílias
estraçalham
por balas perdidas, jovens
silenciados,
e assim nos corações sofridos
entalham
a marca a ferro e fogo que se
perpetua:
o crime organizado, a maldade
nua e crua.
outubro 22, 2014
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Qual o grande mistério da vida?
Qual é a causa primeira de
tudo?
A força que sustenta o mundo?
Quem irá compreender...
O que faz germinar a semente?
O que faz deste mundo demente?
Quem saberá responder...
outubro 20, 2014
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Se
tomarmos por base a seguinte definição para a nossa atual vida moderna: Vida – aquilo que fazemos entre uma
obrigação e outra. Teríamos dessa maneira, uma evidenciação do caráter
fragmentário que permeia a nossa existência nesta nova era pós-moderna e
globalizada. A vida, por assim dizer, deixou de ser um continuum de vivências e aprendizados, para tornar-se um amontoado
de pequenos pedaços, tal qual uma colcha de retalhos, onde privilegiamos apenas
os momentos prazerosos e felizes, descartando tudo o mais como desnecessário e
inútil para as nossas vidas. Neste ponto, nos defrontamos com uma míope
valoração da existência apenas de acordo com aquilo que ela pode nos oferecer
de melhor. Achamos que a vida possui um valor menos apreciável quando estamos
trabalhando, estudando ou fazendo algo que nos é compulsório. Queremos
vivenciar somente as experiências obtidas em nossas horas de folga, entretenimento
e de descanso. Sonambulamente passamos pelas nossas obrigações e deveres,
abrindo somente os olhos para ver o que é do nosso deleite. Porém – cabe agora
o seguinte questionamento – não teríamos um acréscimo substancial de qualidade
de vida, se aprendêssemos a aproveitar o todo ao invés de nos atermos apenas a
alguns breves momentos de alegria. A vida é composta por uma miríade de
momentos, momentos estes que não podem ser integralmente de felicidade.
outubro 19, 2014
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Bebamos do doce cálice do amor
que a nós divinamente se
derrama.
Regozijemo-nos,
pois os doces prazeres da vida
nos são ofertados a cada dia.
Sintamos o eflúvio divinal,
o sabor extasiante,
a visão entorpecente
desta flor que nasce e morre,
deste sentimento inominável
e, ao mesmo tempo, delicioso.
Brindemos ao doce cálice do
amor!
outubro 16, 2014
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Oh, Supremo Congregante,
eu sei que tudo na vida é
vaidade,
tudo é efêmero como o vento que
passa.
Minha vida neste mundo não é
nada.
Porém, tal como Sísifo, estou
condenado;
mal sacio o meu desejo, outro
surge mais voraz.
Quando, após muita labuta,
alcanço uma meta,
ela me parece pequena e
desimportante.
E assim prossigo a minha longa
jornada,
mesmo sabendo que ao fim dela,
quando tudo realmente se silenciar,
não receberei nenhum prêmio,
muito menos consolação alguma,
estarei sozinho e isso será
tudo.
outubro 15, 2014
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Ecos do passado, fragmentos ao
luar,
lembranças de um tempo a se
esfarelar.
Vida cumprida ao rigor da
estação:
hoje, primavera; amanhã, outros
dias virão.
Lágrimas derramadas, tempo
perdido.
Sorriso refeito, um dia, um
amor, um amigo.
Flores, odores, sabores,
rancores,
tudo ao vivo e em cores.
Divagar, devagar, louco cantar.
outubro 13, 2014
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Sombras, resquícios,
fragmentos...
O que resta a um homem
cansado de tanta labuta
e de uma vida vazia, murcha,
sem sentido?
Este que agora persiste
está de mãos vazias,
pés descalços, machucados.
No coração, ele traz:
saudade nenhuma,
nem dor, nem mágoa,
muito menos tristeza ou
alegria,
ódio ou rancor;
quem sabe talvez,
bem lá no fundo,
alguma paz.
outubro 12, 2014
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De um lado, o secularismo
improfícuo de um ocidente desnorteado,
e, do outro, um ativismo
beligerante e irracional.
Sentido – eis a questão
essencial na contemporaneidade.
Na falta de um, novos caminhos
inevitavelmente surgem:
- Abraçar velhas concepções
ultrapassadas de mundo;
- Seguir as novas ilusões que
se nos são impostas;
Ou, o que me parece mais
razoável:
- Aceitar que não existe um
roteiro ou plano predeterminado,
e seguir, potencializando o que
temos de melhor,
um caminho sóbrio, sensato e,
principalmente, autêntico.
outubro 11, 2014
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Dourados e sedosos sonhos
coabitam a minha memória,
em meio a um turbulento
e poderoso redemoinho
que me arrasta até você.
Não há fuga possível,
não há escapatória,
tudo retorna de forma simples,
bela e contraditória,
rumo ao oceano sem fim
de um sentimento inexplicável.
outubro 10, 2014
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Através do tempo,
você vai me encontrar;
eu estou a sua espera.
Não há como de mim escapar.
Pacientemente, era após era,
habito este mundo miserável.
Eu sei que, desde o início,
a cada passo dado, a cada
etapa,
você se aproxima um pouco mais.
E, quando finalmente a hora
chegar,
você de imediato me
reconhecerá.
outubro 08, 2014
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Hoje entrei em casa,
e ela estava vazia,
assim como eu.
Procurei por algo,
revirei as gavetas,
tirei todo o pó
e fui-me embora.
Não fazia mais sentido;
não havia mais nada lá.
outubro 07, 2014
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No caminho desta vida,
muita gente eu encontrei,
mas só você de fato amei.
Não foi fácil te encontrar,
qual pérola preciosa,
você de mim se escondia.
Eu não pensava que um dia
fosse assim me apaixonar.
***
A primeira vez que te vi
tive a plena certeza
de que a tua beleza
mudaria o meu cantar.
Felizes foram os dias
em tua doce presença,
porém a triste sentença
veio por fim nos separar.
***
Hoje tristes são os dias;
vivo apenas por viver
e tenho um único querer:
outra vez te encontrar.
No fundo do meu coração,
estará sempre guardado
o nosso amor alado:
– Para sempre vou te amar!
outubro 06, 2014
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Quando
penso no tempo que já se passou, percebo o quanto eu era ingênuo e, hoje me
olhando no espelho, chego à conclusão que ainda o sou. Feliz o tempo em que eu
achava que te amava, hoje não sei nem mais dizer o que é o amor. E, apesar
desta minha constatação no espelho, sinto que algo em mim mudou, não sei dizer
ao certo quando ocorreu tal mudança, mas isso agora pouco importa. Levo comigo
apenas uma certeza: nada será como antes.
“... vida diferente não quer dizer vida pior; é outra coisa. A certos respeitos, aquela vida antiga aparece-me despida de muitos encantos que lhe achei; mas é também exato que perdeu muito espinho que a fez molesta...” (Machado de Assis – Dom Casmurrro – Cap. 2)
outubro 05, 2014
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1.
Busquei em todos os lugares,
profanei
todos os altares,
singrei
todos os mares,
na
esperança de te encontrar.
Amor,
por que te escondes
atrás
dos verdes montes?
Sei que
estás na alegria que irradia
novo
sol a cada dia
a nos
abençoar!
2. Qual
é o mistério escondido?
Por que
tanto amor contido?
Ah, esse
grito reprimido
que me
impulsiona a te amar.
Procuro
em tudo o sentido
do que
tenho vivido,
para
que na busca incessante
do meu
passo errante
eu
possa te contemplar!
3.
Trago no peito um coração
cansado
de tanta ilusão
e da
vida sem canção.
Quero agora
ser o compositor;
deixar
pra trás a frustração
e cair
em contemplação
diante
da vossa grandeza
e da
vossa realeza,
oh,
nobre Amor!
outubro 04, 2014
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Cheiro de terra molhada,
na tênue luz do anoitecer,
impetuosos ventos a nos
arrefecer.
Calmaria repentina,
um desaguar calmo e lento
a umedecer o solo seco dos
corações.
Aos poucos, a água penetra
fundo
tantas veredas e sertões.
Lentamente se infiltrando,
buscando o seu caminho,
sem pressa e sem objeções.
outubro 01, 2014
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